Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Com três décadas de carreira, Ancelotti acumula conquistas por grandes clubes europeus e assume agora o comando da Seleção Brasileira; confira seu histórico como treinador
Carlo Ancelotti é um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol europeu. Único a vencer a UEFA Champions League cinco vezes, o italiano tem mais de mil partidas na função, 31 taças conquistadas e foi anunciado como treinador da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2026.
Nascido na pequena Reggiolo, comuna com cerca de nove mil habitantes, Carlo Ancelotti foi jogador antes de se tornar treinador. Ele estreou pelo Parma aos 18 anos e, algumas temporadas depois, brilhou no acesso da equipe da terceira para a segunda divisão.
O desempenho chamou a atenção da Inter de Milão e da Roma. A equipe da capital italiana, entretanto, se mostrou disposta a fazer uma proposta financeira melhor ao Parma, que liberou o jogador. Ancelotti se tornou ídolo em Roma, por onde ficou oito temporadas e conquistou cinco títulos, incluindo o Campeonato Italiano.
O meio-campista encerrou a carreira no Milan. Pela equipe rossoneri, foi bicampeão italiano, da UEFA Champions League e do Mundial de Clubes. Ele também disputou as edições de 1986 e 1990 da Copa do Mundo com a seleção italiana. Em 1992, após 16 temporadas, Carlo Ancelotti se aposentou dos gramados e, no mesmo ano, iniciou a carreira como treinador.
Início da carreira como treinador
Após se aposentar como jogador, Ancelotti iniciou sua trajetória como treinador em 1992, atuando como auxiliar técnico de Arrigo Sacchi na seleção italiana até 1995. Em 1995, assumiu o comando da Reggiana, onde conquistou o acesso à Série A italiana em sua primeira temporada. No ano seguinte, retornou ao Parma, clube onde havia iniciado sua carreira como jogador, e levou a equipe ao vice-campeonato italiano.
Consolidação na elite europeia
Em 1999, Ancelotti assumiu a Juventus, onde conquistou seu primeiro título como treinador: a Taça Intertoto da UEFA. No entanto, foi no Milan, entre 2001 e 2009, que alcançou o auge, conquistando dois títulos da UEFA Champions League (2002–03 e 2006–07), além de um Campeonato Italiano e outras taças nacionais e internacionais.
Passagens por gigantes europeus
Após o Milan, Ancelotti teve passagens vitoriosas por diversos clubes europeus:
- Chelsea (2009–2011): Conquistou a Premier League, a Copa da Inglaterra e a Supercopa da Inglaterra.
- Paris Saint-Germain (2011–2013): Venceu o Campeonato Francês na temporada 2012–13.
- Real Madrid (2013–2015 e 2021–2025): Em sua primeira passagem, conquistou a UEFA Champions League (2013–14) e a Copa do Rei. Retornou em 2021 e acumulou diversos títulos, incluindo mais duas Champions League (2021–22 e 2023–24), tornando-se o treinador mais vitorioso da história do clube, com 15 títulos no total.
- Bayern de Munique (2016–2017): Conquistou o Campeonato Alemão e duas Supercopas da Alemanha.
- Napoli (2018–2019) e Everton (2019–2021): Teve passagens mais discretas, mas manteve a consistência em seu trabalho.
Números de Carlo Ancelotti por clube
| Clube | Período | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Aproveitamento |
| Reggiana | 1995–1996 | 41 | 17 | 14 | 10 | 52,8% |
| Parma | 1996–1998 | 87 | 42 | 23 | 22 | 57,1% |
| Juventus | 1999–2001 | 114 | 63 | 33 | 18 | 64,9% |
| Milan | 2001–2009 | 420 | 238 | 101 | 81 | 64,7% |
| Chelsea | 2009–2011 | 109 | 67 | 20 | 22 | 67,6% |
| Paris Saint-Germain | 2011–2013 | 77 | 49 | 19 | 9 | 71,9% |
| Real Madrid | 2013–2015 | 119 | 89 | 14 | 16 | 78,7% |
| Bayern de Munique | 2016–2017 | 60 | 43 | 8 | 9 | 76,1% |
| Napoli | 2018–2019 | 73 | 38 | 19 | 16 | 60,7% |
| Everton | 2019–2021 | 67 | 31 | 18 | 18 | 55,2% |
| Real Madrid | 2021–2025 | 233 | 163 | 34 | 36 | 74,9% |
Histórico na UEFA Champions League
Carlo Ancelotti é o treinador com mais títulos na história da UEFA Champions League, com cinco conquistas: duas pelo Milan (2002–03 e 2006–07) e três pelo Real Madrid (2013–14, 2021–22 e 2023–24). Além disso, é o técnico com mais partidas na competição, totalizando 218 jogos, com 124 vitórias, 47 empates e 47 derrotas, alcançando um aproveitamento de 64,1%.
Títulos conquistados por Carlo Ancelotti
Ao longo de sua carreira, Ancelotti acumulou 31 títulos como treinador:
- Taça Intertoto da UEFA (1999) – Juventus
- Copa da Itália (2002–03) – Milan
- UEFA Champions League (2002–03) – Milan
- Supercopa da UEFA (2003) – Milan
- Campeonato Italiano (2003–04) – Milan
- Supercopa da Itália (2004) – Milan
- UEFA Champions League (2006–07) – Milan
- Supercopa da UEFA (2007) – Milan
- Mundial de Clubes (2007) – Milan
- Supercopa da Inglaterra (2009) – Chelsea
- Copa da Inglaterra (2009–10) – Chelsea
- Campeonato Inglês (2009–10) – Chelsea
- Campeonato Francês (2012–13) – Paris Saint-Germain
- Copa do Rei (2013–14) – Real Madrid
- UEFA Champions League (2013–14) – Real Madrid
- Supercopa da UEFA (2014) – Real Madrid
- Mundial de Clubes (2014) – Real Madrid
- Supercopa da Alemanha (2016) – Bayern de Munique
- Campeonato Alemão (2016–17) – Bayern de Munique
- Supercopa da Alemanha (2017) – Bayern de Munique
- Supercopa da Espanha (2021–22) – Real Madrid
- Campeonato Espanhol (2021–22) – Real Madrid
- UEFA Champions League (2021–22) – Real Madrid
- Supercopa da UEFA (2022) – Real Madrid
- Mundial de Clubes (2022) – Real Madrid
- Copa do Rei (2022–23) – Real Madrid
- Supercopa da Espanha (2023–24) – Real Madrid
- Campeonato Espanhol (2023–24) – Real Madrid
- UEFA Champions League (2023–24) – Real Madrid
- Supercopa da UEFA (2024) – Real Madrid
- Copa Intercontinental (2024) – Real Madrid
Novo desafio: Seleção Brasileira
Em maio de 2023, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou a contratação de Carlo Ancelotti como o novo treinador da Seleção Brasileira, com início previsto após o encerramento de seu contrato com o Real Madrid, ao fim da temporada 2023/24.
O italiano assumirá oficialmente o comando da equipe para a disputa da Copa América de 2024 e terá como principal missão preparar o Brasil para a Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá.
A chegada de Ancelotti marca um momento histórico para o futebol brasileiro: ele será o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção em mais de meio século. A última vez foi em 1965, com o argentino Filpo Núñez em caráter interino.
A escolha do italiano se baseia não apenas em seu currículo vitorioso, mas também em sua capacidade de gerir grandes elencos, adaptação a diferentes estilos de jogo e histórico de sucesso em competições curtas — características essenciais para seleções nacionais.
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